dia 1

mantelli photos

dia 1.
05/05/09

choveu muito aquele dia. um almoço. depois do jazz. eu, nanda e manta no aurora. eu como sempre querendo pesar menos. e enquanto rascunhávamos o porvir dividimos um prato de peixe com legumes. e teve chopp, claro. e teve água na garrafa. e a nanda ainda não tinha se mudado. mudávamos todos ali. e mudava a bailarina. sempre. e mais uma vez. deslizando agora deliberadamente pro colo da nanda e do manta. delicadamente. e deslizava também em direção à legião que tentávamos supor. imaginar. era de imaginação que se tratava. o encontro. esse encontro comumente chamado reunião. reunião sim. entroncamento. de desejos. o desejo de fazer. de fazer juntos o que nos reunimos ali para descobrir o que seria. quem seriam? lembro que alguém passou. sempre passa alguém quando se está no aurora. aurora, interessante essa palavra. e de suposições e de sensações inconcretas fundamos nossa criança. ali. naquela esquina em botafogo. eu sou a bailarina de vermelho é o nome dela. deles. e delas. pai, nós queremos te convidar, e a mamãe também, e a pixie é claro. quando vocês podem? a gente pensou no chico, na hebe, no mendigo e no jô. mas saímos dali certos de que nossas bailarinas estariam em outro lugar. em outra temperatura. e o esforço daquela tarde foi tentar entender o que seria isso. que seres seriam esses. que enquadramento. trabalharíamos com um padrão? é coisa de amigos? é geracional? o que é? não estava claro. mas aberto foi. ali. o caminho. que segue agora. como o fluxo. da chuva. saímos de lá sem saber, mas com funções e inquietações desenhadas no caderninho do amanhã. encontrar um matadouro, falar com michel e pensar mais sobre tudo isso. muitas lacunas e a certeza: nanda, michel, papai e mamãe seriam nossas primeiras bailarinas.

andre, leca e nanda(aurora bureal)